Caralluma Fimbriata: o emagrecedor da moda



Um cacto indiano tem dado o que falar. Busque o nome Caralluma Fimbriata na web e você verá uma infinidade de textos exaltando os efeitos milagrosos deste novo suposto emagrecedor. No entanto, sempre que aparece uma dessas promessas fantásticas de perda de peso surge aquela dúvida: isso funciona mesmo? De acordo com Ceci Lopes, presidente da SOBRAFITO (Associação Médica Brasileira de Fitomedicina), a principal vantagem do tratamento é o fato de ser 100% natural. "Não é um remédio, é uma planta. Os emagrecedores do mercado são substancias químicas", esclarece.

O que é ?

A Caralluma é uma fibra vegetal obtida a partir do extrato seco de um cacto de origem indiana. A descoberta do medicamento foi resultado de um estudo envolvendo povoados da Índia que mastigavam o cacto em sua preparação para grandes viagens, no intuito de inibir o apetite. O uso se tornou cultura na região por séculos. Nesses povoados, a planta é normalmente consumida de três formas: cozida, em conserva e até mesmo crua.

Sem milagres

Os efeitos que buscavam os grandes viajantes indianos coincidem com as demandas atuais do público feminino: redução de peso sem perda de energia. Como a planta funciona no organismo? "Ao chegar ao estômago, ela gera uma sensação de saciedade. E, assim, diminui o apetite da usuária. Mas esse tempo de saciedade é breve, já que, quando a planta é digerida, a sensação termina".

Dica às iniciantes

O uso secular da fibra aponta efeitos colaterais mínimos. No entanto, "como o resultado depende muito da conduta dietética do paciente, não existe magia nem mesmo para medicações de caráter mais agressivo no tratamento da obesidade".

"É preciso ter cuidado com a euforia. Não existe nenhum estudo científico    que comprove os efeitos da Caralluma. As respostas são muito individuais. Existem resultados isolados de pessoas que usaram e se deram bem".  
"Não podemos nos basear nos relatos de uma vizinha que conseguiu emagrecer usando a Caralluma".
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faz um alerta sobre o uso indiscriminado do medicamento. A Caralluma, comunica a agência, ainda não tem registro no cadastro oficial de medicamentos vendidos no Brasil. Por outro lado, como não é um remédio de distribuição controlada, a exemplo dos conhecidos popularmente por "tarja preta", a venda pode ser feita através de uma farmácia de manipulação devidamente autorizada pela Anvisa, com a apresentação da prescrição médica. A partir da prescrição, o órgão de fiscalização do Ministério da Saúde considera a responsabilidade sobre o uso do medicamento do profissional que o receitou.Um controle dietético com a ajuda de um profissional é fundamental. "As pessoas ficam eufóricas com o que leem na internet e fazem usos completamente desregulados. Um tratamento sem a observação de um profissional pode retardar ainda mais a solução do problema". A médica especializada em fitoterapia dá a dica para quem pretende iniciar um tratamento à base da planta: "O ideal é procurar um médico que realize um diagnóstico sobre uma possível obesidade. Se ele considerar uma opção de tratamento indicado para o caso, aí, sim, o uso será adequado".